sábado, 19 de março de 2011

"Posso saber qual é a cor do seu cabelo?"




 Não gosto muito de ir ao salão, mas por nunca ter aprendido a pintar as unhas (nem as minhas nem as dos outros), sou obrigada a ir de vez em quando. Esse zelo pelas unhas e outros cuidados femininos às vezes fazem com que eu receba algumas lições. Não estava assim tão cheio, eu era a única esperando a vez, todas as outras clientes já estavam sendo atendidas.
  Acho que já era a terceira vez que eu virava as páginas de uma dessas revistas que tenta prever o fim da novela, mesmo quando ainda está no segundo capítulo, quando uma garotinha me cutucou e perguntou com uma cara pidona: “Posso saber qual é a cor do seu cabelo?”, e apontou para o catálogo de tinturas de cabelo que ela carregava na mão.
  Eu deixei, e ela passou um tempo puxando uma mecha minha para tentar descobrir qual era o nome da cor do meu cabelo. Depois de um tempo, ela desistiu e disse que achava que era castanho com vermelho.
  Depois disso, ela me contou toda a vida dela. Descobri que seu nome era Ana e que tinha sete anos. Falamos de cachorros, escola e Bob Esponja. Antes de ir embora, ela me deu um abraço apertado e me agradeceu por ter sido sua melhor amiga nesse dia.
  Fiquei pensando no que ela disse e percebi que se a gente se permitisse ser um pouco como a Ana, um pouco mais simpáticos e sem-vergonha (no bom sentido), com certeza iríamos ter muitos melhores amigos por um dia, por uma semana e quem sabe até pra vida inteira.

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